CUSCOS DE FRANGO
Os cuscos (também chamados cuscuz em algumas regiões) são uma especialidade tradicional em várias zonas do norte de Portugal, especialmente no Minho e Trás-os-Montes. Diferem do cuscuz norte-africano: os cuscos portugueses são feitos com farinha de milho (ou mistura de milho e trigo) e cozinhados a vapor, normalmente em receitas salgadas, embora também possam ser doces.
Utensílio tradicional:
Cuscuzeira é um utensílio para cozinhar ao vapor .
1 frango caseiro (ou ½ frango do campo), aos pedaços
2 chávenas de cuscos de milho (tradicionais, secos)
1 cebola média picada
2 dentes de alho picados
1 cenoura (opcional)
1 folha de louro
Sal, pimenta e colorau q.b.
Azeite q.b.
Salsa ou hortelã (opcional)
Água q.b.
Panela de ferro, barro ou pyrex com tampa
Taça para humedecer os cuscos
Cuscuzeira ou coador de rede com pano fino
1. Humedecer os cuscos (de véspera ou enquanto o frango coze):
Salpica os cuscos com água morna e uma pitada de sal.
Deixa repousar 20–30 minutos. Reserva.
2. Preparar o frango para cozer:
Na panela, junta: frango, cebola, alho, louro, cenoura, sal, pimenta, colorau e fio de azeite.
Cobre com água (não exagerar — só até cobrir).
Coloca a panela no fogão solar bem orientado para o sol.
Tempo
estimado:
3 horas ao sol, dependendo da intensidade (quanto mais cedo
começares, melhor).
O frango 1
deve estar bem cozido e o caldo perfumado.
3. Cozer os cuscos:
Coloca os cuscos humedecidos dentro de um pano de linho ou algodão dentro da coscuzeira2e esta na panela, acima do caldo do frango, tipo banho-maria.
Fecha bem com a tampa.
vapor da água que sai de dentro da panela entra pelos orifícios do fundo da cuscuzeira e vai cozer os grãos de farinha (cuscos). A cozedura deve demorar cerca de uma hora.
O vapor da água que sai de dentro da panela entra pelos orifícios do fundo da cuscuzeira e vai cozer os grãos de farinha (cuscos).
Deixa cozer 1h a 1h30, até os grãos ficarem cozidos.
Depois de cozida a massa, desembrulha-se o pano. A massa descoberta fica numa espécie de torrão. Este torrão vai de novo à masseira. Com leves toques da mão, desfaz-se o torrão.
Método 2 – Absorção (menos tradicional, mas mais simples):
Retira parte do caldo do frango (quente).
Juntar aos cuscos num recipiente separado, em proporção de 1 parte cuscos : 1,2 partes caldo.
Tapare bem e deixa absorver lentamente no fogão solar durante 1 a 2 horas.
Mexe a meio, se necessário.
Solta os cuscos com um garfo.
Envolve com um pouco de azeite ou caldo do frango quente.
Junta os pedaços de frango.
Polvilha com salsa ou hortelã picada.
Usa panelas escuras e com tampa bem ajustada — retêm melhor o calor.
Começa a cozedura logo de manhã, entre as 9h e 10h, para aproveitar o pico de radiação.
Mantém o fogão sempre orientado para o sol (reajusta de hora a hora).
Se tiveres termómetro interno, mantém entre 100–120 °C o máximo de tempo possível.
Sugestões práticas:
Existindo caldo de cozedura do frango, de refeições anteriores, o processo pode ser feito em paralelo, reduzindo substancialmente o tempo (até às 12h00).
Evitar abrir a tampa frequentemente. Se necessário, abrir rapidamente.
Notas importantes:
Os tempos acima pressupõem:
Panela escura e fechada (barro, ferro, vidro escuro)
Fogão solar tipo caixa ou forno com isolamento razoável
Manutenção da orientação solar (ajustar a cada 30–60 min)
Legenda:
Os tempos são estimativas baseadas em uso típico de fogão solar tipo caixa, com panela escura e tampa bem vedada.
Os tempos pressupõem céu limpo, orientação correta e utensílios escuros e bem vedados.
Para radiação inferior a 400 W/m², a energia não é suficiente para elevar e manter temperatura de cozedura (>90 °C).
Os tempos estimados de cozedura para frango e cuscos utilizando um fogão solar de painel com tacho preto colocado dentro de um recipiente de vidro fechado, funcionando como estufa interna, equivale em eficiência a um fogão solar tipo caixa, cujos tempos estão indicados na tabela correspondente anterior.
Os cuscos são um alimento tradicional da região de Trás-os-Montes, particularmente nos municípios de Vinhais e Bragança. São feitos cozinhando grãos de farinha num recipiente a vapor e secar ao sol, conservando-se até dois meses.
A receita tradicional dos cuscos inclui apenas farinha, água e sal, embora algumas variações possam também usar ovos e ervas aromáticas.
Os cuscos eram outrora um alimento básico comum na região, muitas vezes comidos com bacalhau, chouriça, salpicão ou cogumelos. No entanto, as mudanças nos hábitos alimentares levaram a um declínio na sua produção, com apenas algumas mulheres em Vinhais e Bragança a fazê-los ainda hoje..
Alguns produtores e chefs locais têm trabalhado para reviver o interesse nos cuscos, apresentando-os em festivais gastronómicos e incorporando-os na culinária moderna. Os cuscos de Vinhais são considerados uma iguaria regional única que vale a pena preservar.
Notas:
1 Depende da quantidade, e da intensidade solar, tendo em conta que o frango caseiro, demora bastante mais a cozer. O frango caseiro caseiro pode ser cozido de véspera, durante todo o dia.
2 Pode-se usar igualmente um coador no lugar da cuscuzeira,
3 Em Fogão de Caixa.
Estufado de Salmão
- batatas
- cebolas
- tomates maduros
- pimento verde ou vermelho
- alho
- folha de loureiro
- azeite
Não acrescentar água.
Confeção:
entre duas e três horas, dependendo da insolação (varia anualmente) e da eficiência do fogão.
Bola da Adelina
Duração:
Bacalhau com batatas a murro
Colocar o bacalhau demolhado em duas ou três panelas (sem água).
Os ovos podem ser cozidos juntamente com o bacalhau.
Depois é dar o murro nas batatas, tirar as espinhas ao bacalhau e juntar tudo em duas ou três travessas, não esquecer de regar com azeite.
Para acompanhamento um bom vinho tinto.
Duração:
No 'girassol' 2 horas serão suficientes (sol com céu limpo) .
ARROZ
* também denominado de estrugido.
Arroz de Morcela **
Pode ser feito com ou sem refugado***.
Coloca-se em simultâneo dois tachos, um com os elementos do refugado (fio de azeite, cebola e alho picado) e noutro a água e a morcela cortada em troços de 2 a 3 centímetros.
Quando a água criar vapor, transferir a água com morcela para o tacho com o refogado, acrescentar o arroz (quantidade igual à da água) e um legume a gosto (bróculos, ervilhas em grão,...****).
Fechar a estufa e deixar cozinhar até o arroz abrir.
*** - A morcela é um enchido de sangue que é muito apaladada, e ao cozer com o arroz em 'troços' e dependendo da variante de morcela, pode tornar o arroz 'forte' e enjoativo, razão para dispensar o refogado.
**** - ervilhas de quebrar devem ser colocadas logo no início da cozedura.
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